domingo, 5 de setembro de 2010

Tiririnha é coisa de Preguiçoso! (parte 1)

Calma! Antes que as pedras comecem a voar me leiam (rsrs).

Outro dia estava ouvindo o melhor podcast Nerd do Brasil, o Nerdcast, e na leitura de e-mails do episódio 216, o autor da tira “Magias e Barbaridades”, Fábio Ciccone explicou de uma maneira fantástica o lugar que os desenhistas "preguiçosos", como eu, ocupam no mundo.

Ao ouvir aquelas palavras iluminadas, passarinhos cantaram, flores brotaram no chão do meu quarto, pelos cresceram no meu peito, eu rasguei a camisa e corri pela relva até um arco-íris. (rsrs)

Aquela foi a melhor explicação que já havia ouvido para um problema que assola muitos desenhistas: a escolha do formato.

Sempre vi meus amigos desenharem cenários cheios de detalhes, onde dava pra ver "as manchas de gordura deixadas pelo batman no interruptor da batcaverna". Enquanto isso, eu colocava um círculo cinza debaixo de uma árvore e achava que tinha desenhado a sombra mais realista do mundo. Isso me deprimia.

Eu sabia que treinando muito poderia alcançá-los, mas o problema é que algo me dizia que eu não queria alcançá-los. Não sentia motivação para treinar aquelas coisas e uma palavra me atormentava: preguiça.

Me achava um preguiçoso que ia terminar a vida com a barba por fazer, a camisa abotoada errado, em algum boteco da cidade desenhando pornografia em guardanapos (rsrs).



*Simpsons-Barney- por Matt Groenning

(que dramalhão hein? Isso ta Emo demais! preparem-se, agora é a parte em que ele vai falar da revelação... aleluia)

*Imagem tirada de: "Desvendando os Quadinhos -Scott Mcloud"
Um belo dia resolvi girar a minha cabeçona 360 graus por cima do panorama de quadrinhos mundial e descobri a resposta da pergunta de um milhão de dólares: Existem muitas formas de quadrinho!

Descobri que gostava de traços mais estilizados (cartoon) e cenários menos detalhados (tirinha). Eu não era um cara preguiçoso, era apenas um cara ansioso, sem paciência de esperar tanto para ver meus desenhos se comunicarem com o público. Além disso, gostava de participar na concepção das histórias e não apenas desenhar histórias de terceiros. Eu tinha o espírito de autor.

Sabendo qual era meu formato, me senti mais motivado a treinar e aperfeiçoar meus desenhos. Claro que continuei a treinar! Sabemos que o cara que faz um desenho simples não é porque não sabe fazer de outro jeito, é simplesmente porque gosta do simples.

É como um elefante: ele sabe que pode esmagar o jipe dos turistas se quiser, mas não vai perder seu tempo (rsrs). Portano o desenhista de tiririnhas não é um preguiçoso, é apenas um elefante, rsrs.

(ok, mas o que toda essa ladainha tem a ver com tirinha? What's the point, man?)

Desculpem a empolgação, é que essas coisas me emocionam sabe (sniff, sniff). A primeira parte da dica é: Escolha seu formato, não importa o que os outros digam, faça o que gosta.

Semana que vem teremos a parte 2 desse post, onde deixarei de enrolação e direi o que isso tudo tem a ver com desenho de cenário pra tirinhas.

Até lá,

Parangaricutirimirruaru.

(ah! desculpem a demora pra postar, tive contra-tempos no trabalho ^^)

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